sábado, 22 de setembro de 2012

Carla, sexo e drogas.


Acelerou.

Cortou sinais de trânsito, cortou carros e quase matou pedestres. Sete carros de polícia, contou olhando o retrovisor. Na avenida principal, retirou a fotografia de Carla do porta-luvas e segurou com força. Me espere, Carla. Eu te amo, cacete.

Jogou a fotografia pela janela e acelerou. Faltavam poucos quilômetros até o aeroporto. Um jatinho com 100 milhões de dólares e 200 quilos de cocaína estavam pra sair. Falta pouco, Carla. Vamos transar e beber piñas coladas no México até a morte.

Conseguia ver a distância a torre de comando do aeroporto e alguns aviões. Acelerou. Faltam alguns metros, Carla. Já sinto seu gost...

Viu um jatinho partir voando pelo céu nublado. Pensou ter visto Carla. Pensou em nada por alguns segundos e segurou as lágrimas. Deu meia-volta e, driblando carros de polícia, partiu em direção a ponte.

Pensou sobre a vida e o no que havia feito com ela. Pensou em sua mãe, suas irmãs e lembrou seu pai desaparecido. Pensou em Carla.

Já na ponte, virou o carro em direção ao mar. Se acelerasse, morreria com os peixes. Viu a polícia aproximando-se e pensou em se entregar.

Acelerou.

Um comentário:

  1. Genial! Você dá apenas alguns fragmentos e deixa o leitor imaginar o resto da história.

    ResponderExcluir